O nosso 12° workshop para influenciadores, que aconteceu nesta semana, teve como norte os desafios e singularidades do público 60+. O evento, fruto de uma parceria do Redes Cordiais com o Instituto Palavra Aberta e apoio da Embaixada dos Estados Unidos, reuniu 15 produtores de conteúdo com o intuito de aprenderem a combater a desinformação, a se proteger digitalmente e a replicar o aprendizado para os seus seguidores.
Influenciadores que têm força junto ao público 60+ debateram as dificuldades trazidas pela necessidade que têm de estar presente nas redes sociais. Lobão, músico e escritor, contou que resistiu por muito tempo, mas encontrou seu lugar no Twitter. Nos últimos anos, ele vem se dedicando a conhecer artistas independentes de outros países. “Estou nas redes sociais para divulgar e incrementar meu trabalho. No Twitter, você tem um laboratório enorme de observação”.
A professora e escritora Mirian Goldenberg explicou que os ataques são o maior motivo para ter receio com o ambiente digital. “Tenho pavor do ódio, mas também de me sentir um peixe fora d’água. Resisti a entrar durante muitos anos, mas me senti pressionada a estar nas redes. E só estou por saber que tudo o que escrevo e pesquiso pode ter um impacto muito maior na vida dos brasileiros se estiver nas redes”, explicou.
Na dinâmica sobre como lidar com assédio virtual, com o jornalista Guilherme Amado, cofundador do Redes, eles puderam compartilhar situações que já passaram envolvendo etarismo, o preconceito baseado na idade da pessoa. Amado explicou as diferenças entre trolls e haters e recomendou não responder às ofensas, apenas às críticas construtivas. Usuários que destilam discurso de ódio têm o objetivo de chamar atenção. “Liberdade de expressão não é liberdade de agressão. O que fazer é algo que vai de cada um, mas o bloqueio é um caminho muito indicado”, defendeu.
Durante o evento, o grupo participou de uma dinâmica com Dominic Barter, precursor da Comunicação Não-Violenta no Brasil, e assistiu a uma palestra sobre desinformação com Daniela Machado, coordenadora do EducaMídia, projeto do Instituto Palavra Aberta voltado para educação midiática. Na oficina sobre segurança digital, Clara Becker, cofundadora do Redes Cordiais, explicou como ficar atento ao phishing, conjunto de técnicas que usa e-mails e sites falsos usados por criminosos para conseguir dados. “A maior parte dos golpes usa a engenharia social e a própria vítima acaba entregando os seus dados”, explicou.
Participaram do evento: Alexandre da Silva, doutor em Saúde Pública pela USP e colunista de longevidade do UOL; Beltrina Côrte, CEO do “Portal do Envelhecimento e Longeviver”; Eduardo Suplicy, vereador (PT-SP); Flávia Aidar, escritora e criadora do “Canal Ávida”; Jo Acioly, criadora do Instagram “Jo Viajante”, Lobão, cantor, compositor e escritor; Marco Antonio Villa, escritor e comentarista do Jornal da Cultura e colunista da IstoÉ e do UOL; Margarida Arcebispo, ex-Masterchef; Mariza Tavares, jornalista e autora do blog “Longevidade: modo de usar”, no G1; Mirian Goldemberg, escritora e colunista da Folha de S.Paulo; Paula Ramos, criadora do Instagram “Mochila da Paula”; Roberto Freire, presidente do partido Cidadania; Rosângela Lyra, criadora do movimento “Política Viva” e ex-presidente da Dior no Brasil; Rosangela Marcondes, criadora do blog “Domingo Açucarado”; e Sueli Rodrigues, autora do “Blog da Su”.
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